A construção de um empreendimento do porte do Complexo Portuário do Açu se apresenta no território como fator determinante para uma reorganização espacial e social. Visto as novas demandas criadas pelo projeto, o Município de São João da Barra passa por um processo de transformação das suas esferas, já apresentando significativas mudanças na fase de construção do Complexo. O surgimento de grupos organizados em defesa dos seus direitos dá indícios do intricado processo resultante da apropriação do espaço pelo grande capital, representado pelo grupo empreendedor, e a intervenção do Estado para facilitação de trâmites burocráticos. A desapropriação de terras em localidades, antes classificadas com rurais, para a construção do Pátio logístico do Porto indicam a priorização por políticas de incentivo ao desenvolvimento regional em detrimento das identidades territoriais.
O complexo Portuário do Açu devido ao seu grande papel logístico, a geração de demandas e serviços se apresenta como um agente modificador para toda a Região Norte Fluminense, que já tem confirmado sua vocação industrial nas ultimas décadas com a vinda da Petrobrás e outras empresas ligadas ao petróleo, tornando concreto o projeto de forças políticas da criação de um possível corredor industrial. Diante deste quadro, é possível afirmar que este empreendimento provocará consideráveis impactos sócio-territoriais já em sua fase de construção, por agregar ao espaço apropriado novos atores que serão determinantes na construção de novos arranjos sociais como a dinâmica das desapropriações geradas pela briga de terras no Quinto distrito do Município de São João da Barra.
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